Cerca de 12 pessoas por dia procuraram o Hospital Geral do Estado (HGE) para tratamento cardíaco em 2023, totalizando 4.420 atendimentos. Desses casos, pelo menos um paciente, também a cada 24 horas, foi socorrido após ter um infarto agudo do miocárdio ou ataque cardíaco.
Levantamento da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais de Alagoas (Arpen/AL) mostra que 231 mortes após infarto foram registradas entre os dias 1º de janeiro e 5 de março deste ano, uma média de três vítimas por dia.
Para tratar a insuficiência arterial com isquemia crítica, 992 pessoas estiveram no HGE no ano passado. Esse foi o tratamento mais procurado em 2023, seguido de insuficiência cardíaca, com 592. Já o terceiro tipo de atendimento mais realizado no ano passado foi o infarto agudo do miocárdio. E 501 pessoas buscaram ajuda para cuidar da síndrome coronariana aguda.
Na opinião do cardiologista do HGE Alex Vieira, o grande número de casos de infartos ocorre, dentre muitos fatores, por aumento da expectativa de vida, já que o envelhecimento é fator de risco para doença arterial coronariana; hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação, estresse e privação de sono.
Além desses pontos, o médico cita o controle inadequado de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes; fatores genéticos em pessoas que têm histórico de infarto em parentes de primeiro grau; colesterol elevado por muito tempo e tabagismo.
Dentre os sintomas que podem revelar problemas cardíacos, de modo geral, dor no peito, dificuldade para respirar, inchaço nas pernas e percepção incômoda dos batimentos do coração estão entre os mais frequentes.
CORAÇÃO E COVID
Alex Vieira é questionado se acredita que a Covid contribuiu para o aumento de casos de infartos agudos do miocárdio. O especialista lembra que muito tem se estudado sobre essa correlação, não apenas com o infarto, mas com AVC e trombose.
“O que se sabe é que a Covid é uma doença pró-trombótica, que cursa com a liberação de mediadores de resposta inflamatória sistêmica, e que pode, sim, acometer o coração, não apenas aumentando as chances de infarto, muitas vezes por instabilidade de uma doença coronariana preexistente, como também pode acometer o músculo cardíaco, levando a quadros de insuficiência cardíaca e arritmias”, diz.
E o que fazer para não ter um infarto? Para o médico, em resumo, é importante ter hábitos de vida saudáveis, com prática regular de atividade física, boa alimentação, boa hidratação, além dormir o suficiente e evitar estresse. Controlar doenças de base, caso existam, como hipertensão, diabetes, excesso de gordura no sangue, além de realizar exames periódicos preventivos (laboratoriais, ecocardiograma, teste ergométrico), estão entre as práticas que podem ser adotadas pela população.
MAIOR CAUSA DE MORTE
De acordo com o Ministério da Saúde, o infarto agudo do miocárdio é a maior causa de mortes no País. Estima-se que, no Brasil, ocorram de 300 mil a 400 mil casos anuais de infarto e que, a cada 5 a 7 casos, ocorra um óbito. Para diminuir o risco de morte, o atendimento de urgência e emergência, nos primeiros minutos, é fundamental para salvar uma vida.
Redação com GazetaWeb