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Amigos que denunciaram alunos do curso de formação da PM-AL depõem à Polícia Civil

Por Redação
setembro 1, 2023

Por Vanessa Lima

Os três amigos que registraram queixa na Polícia Civil contra alunos do Curso de Formação de Praças da Polícia Militar por agressão, injúria racial, homofobia e ameaça, prestaram depoimento ao delegado Nivaldo Aleixo nesta quinta-feira (31) e deram detalhes do que aconteceu.

Os comandantes que lideraram os pelotões no dia do treinamento, que aconteceu na Praia do Sobral, em Maceió, na última quarta-feira (23), foram identificados.

"Eu estive na academia da Polícia Militar, conversei com o diretor e já identifiquei os dois comandantes dos pelotões, que são policiais da ativa. Eles serão os primeiros a serem ouvidos", disse o delegado do 22º DP.

Segundo o delegado, cerca de 70 alunos do Curso de Formação de Praças da Polícia Militar estavam presentes no dia em que a agressão ocorreu.

"Estou ouvindo eles [jovens espancados] com mais dados, com pormenores para que eu possa ouvir quem são as pessoas que cometeram essa arbitrariedade contra eles. Tenho que saber quem são os alunos que participaram da agressão, não foram todos, mas quem realmente espancou será responsabilizado criminalmente", afirmou Aleixo.

Os jovens também denunciaram o caso à Corregedoria da Polícia Militar. Em nota, o Comando Geral da PM disse que não compactua com desvios de conduta, excessos ou agressões praticados por policiais e que essa regra vale também para o Curso de Formação de Praças (CFP), onde os futuros soldados são instruídos sobre os princípios da hierarquia e da disciplina.

Em entrevista, os amigos que pediram para que não fossem identificados por medo de represália, contaram detalhes de como tudo aconteceu.

Eles relatam que alunos do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP) da Polícia Militar faziam um treinamento na praia quando passaram por um grupo que estava fumando nas pedras do calçadão da praia. Houve troca de xingamentos, o grupo fugiu, mas os três amigos que estavam próximo permaneceram sentados, observando tudo.

"A gente estava na praia conversando após uma sessão de fotos. Perto da gente tinha um pessoal que estava fumando, eles [alunos] passaram e ficaram xingando. Esse grupo ficou zombando, rindo, eles ouviram e partiram para cima da gente. E, mesmo a gente dizendo que não tinha nada a ver com aquilo, apanhamos", contou outra vítima.

Além da violência física, as vítimas disseram que os agressores também deixaram um prejuízo financeiro, já que quebraram os celulares de dois deles, e fizeram ataques homofóbicos, racistas e de intolerância religiosa.

Via g1 Alagoas

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