Os dois últimos anos foram de muitos desafios para Gabriel Medina. Depois de afastar-se do surfe no início de 2022 para cuidar da saúde mental, o tricampeão mundial ainda passou por uma lesão no joelho, que o tirou do Circuito Mundial por boa parte do ano. No ano seguinte, já livre dos problemas, Medina teve um desempenho frustrante ao terminar a temporada em sexto, uma posição abaixo da zona de classificação ao Finals. Virada a página, Gabriel afirma que inicia a temporada 2024 vivendo a sua "melhor fase".
O Circuito Mundial da WSL começa nesta segunda-feira com a etapa de Pipeline, no Havaí. A primeira chamada será às 14h30 (7h30 locais) com transmissão do sportv3 e ge.globo, que também acompanha as baterias em tempo real. Gabriel Medina estreia na bateria 2 contra o australiano Callum Robson e o brasileiro Deivid Silva.
- Depois de todos esses anos vivendo o Circuito Mundial, a gente cria mais maturidade. Acabei de fazer 30 anos. Eu me sinto bem. Estou na minha melhor fase, na minha melhor forma física, mental. Não sei, parece que as coisas estão mais sob controle. Estou feliz, estou aqui com a minha irmã e tem sido bacana surfar com ela aqui. Então estou leve, estou melhor. É muito bom aproveitar essa fase e eu estou sentindo que estou numa crescente - disse o paulista.
Campeão mundial em 2014, 2018 e 2021, Gabriel não se diz preocupado com recordes. Comparado a Kelly Slater, o maior vencedor do Circuito Mundial com 11 títulos, o brasileiro afirma que só pensa em si.
- A minha vida toda eu sempre tentei focar em mim. Nunca fui de me comparar com os outros. Eu sempre tento buscar o meu melhor. Talvez, se eu não tivesse chegado nesse patamar, eu não teria essa noção. E onde eu estou hoje eu não pensava que poderia chegar. Tenho três títulos, consegui melhorar a minha forma física e tudo está se encaixando. Então eu acho que eu acabo criando metas para mim mesmo. O resultado é consequência. Tento chegar no meu melhor no geral, acho que essa é a minha eterna batalha - destacou.
Sobre o domínio do surfe brasileiro desde 2014, Gabriel é enfático ao dizer que o sucesso da Brazilian Storm tem incomodado os demais países, em especial americanos e australianos, os maiores vencedores do Circuito Mundial.
- Esse domínio brasileiro incomoda. Porque é uma coisa que não existia. O domínio era dos americanos, australianos. Isso é muito louco. Eu venho de uma geração abençoada, com o Adriano, o Italo, o Filipe... Todos esses caras ganharam títulos mundiais. E vira e mexe um brasileiro ganha. Os moleques são muito bons e é uma realidade. O Brasil hoje, em termos de competição, é o número 1 e isso incomoda quem não é do Brasil - opinou.Quanto a Pipeline, Medina espera repetir o desempenho de 2018, quando tornou-se o segundo brasileiro a vencer na temida onda havaiana.
- A etapa do Havaí é uma etapa muito importante, muito respeitada por nós surfistas. A gente estava acostumado a terminar o Circuito Mundial aqui. Agora tem sido diferente com a temporada começando em Pipe. É sempre importante uma vitória no Circuito Mundial, porque o primeiro lugar ganha 10 mil pontos e isso faz toda a diferença quando se fala dos cinco classificados para o Finals. Começar bem, começar vencendo, sempre te dá uma motivação a mais. Sem contar que é uma etapa que todos querem vencer - finalizou o tricampeão.
Redação com Gazetaweb