O cantor Dinho não conseguiu se casar no final daquele ano. O guitarrista Bento Hinoto não chegou a viver no apartamento novo que tinha acabado de comprar para morar com a mãe. Os irmãos Sérgio (baterista) e Samuel (baixista) Reoli não embarcaram para o primeiro show fora do país. O tecladista Júlio Resec sonhou com o acidente mas foi desencorajado a não acreditar nisso.

Foi no dia 2 de março de 1996, há 28 anos, que a banda
Mamonas Assassinas deixou a família, amigos e os fãs de várias idades desolados. O sucesso meteórico do grupo veio da mesma forma que acabou, com o trágico acidente aéreo que levou embora os cinco integrantes da banda, dois assistentes, o piloto e o co-piloto da aeronave.

Naquela noite, o avião que levava os músicos de Brasília, onde eles tinham encerrado a turnê brasileira, para Guarulhos colidiu na Serra da Cantareira, em São Paulo. Eles seguiriam para uma turnê na Europa no dia seguinte.

Mas 28 anos após a tragédia os Mamonas continuam vivos na memória e no coração de muita gente. Os motivos para isso não faltam. No dia 23 de dezembro do ano passado, o filme Mamonas Assassinas — O Impossível não Existe, foi lançado em 1.054 salas, em 695 cinemas brasileiros, e bateu recorde com a maior bilheteria na estreia de um filme brasileiro desde 2020.

O longa é estrelado por Ruy Brissac, Rhener Freitas, Adriano Tunes, Robson Lima e Beto Hinoto, que interpretam os músicos Dinho, Sérgio Reoli, Samuel Reoli, Júlio Rasec e Bento Hinoto, nesta ordem.

O cantor Rui e o guitarrista Beto, sobrinho do Bento, além do baterista William Falanque, o baixista Lucas Theis e o tecladista Nelson Bonfim também fazem sucesso com a banda Mamonas Assassinas O Legado e percorrem todo o país com shows em homenagem do grupo.

Em Maceió, capital de Alagoas, Os Mamonas Assassinas também voltaram a encantar a geração que acompanhou de perto a curta carreira da banda e ganhou novos fãs com o Mamonas Cover Brasil, formado por Pedrox (voz), Bruno Dourado (baixo), Deco Calheiros (guitarra), Ivalter Jr (bateria) e Igor Lopes (teclado). O som irreverente da banda de rock lotou uma casa de show, no mês passado, em pleno sábado de carnaval. A semelhança da voz de Pedrox, comparada a do Mamona Dinho, e a musicalidade de todo o grupo impressionam.

Confira:

O público era diversificado: jovens, adultos e famílias inteiras, inclusive crianças, acompanharam a apresentação do grupo que emocionou e fez a plateia cantar, dançar e dar boas risadas.

Com a execução e acordes perfeitos dos instrumentos e das músicas, como os Mamonas faziam, o Cover atraiu a plateia pela originalidade e criatividade e, também, por inserir outras canções no repertório, na mesma linha, com muito humor e irreverência. "É uma honra imensa interpretar o grande ídolo que foi o Dinho e o jeito irreverente que ele tinha. No nosso show tem muita coisa teatral, interação com o público, a energia, as brincadeiras, a forma descontraída das danças e de fazer o espetáculo acontecer. É um desafio pessoal e, ao mesmo tempo, uma grande alegria estar ali, interpretando aquela galera", contou Pedrox, vocalista da banda alagoana Mamonas Cover Brasil.

Confira a música Mina, executada pelos Mamonas Cover Brasil:

Eles começaram há 13 anos, com a intenção de fazer apenas um show a cada ano. "Mas a procura foi tão grande que viramos uma banda de verdade, com muitos shows e percorrendo outros estados.
Eu era um garoto quando aconteceu o acidente, mas era muito fã e, como todo mundo, fiquei muito triste com a notícia da partida deles. Hoje, fazemos parte do Mamonas Cover Brasil e temos uma aceitação muito boa. Temos uma agenda crescente, com shows marcados para Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas. Por onde a gente passa, os ingressos esgotam e a gente faz a festa acontecer. Tem gente que se emociona e chora ao lembrar dos Mamonas e isso nos emociona também", afirmou Pedrox.

O Mamonas Cover Brasil também ganhou o reconhecimento do Mamonas O Legado, familiares e profissionais que trabalharam com Os Mamonas Assassinas em 1996:

Pedrox contou que o filme também fez reviver toda a trajetória dos Mamonas Assassinas, reacender a paixão dos antigos fãs e conquistar novos admiradores da banda. "Eu gostei bastante do filme e foi super válido. Isso fez reviver na nossa memória os Mamonas e renovou a safra, para quem não os conhecia, a ter contato com a banda e entender um pouco do que era a energia e a alegria daqueles garotos de Guarulhos", finalizou Pedrox.

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Fotos e vídeos: Lucianna Araújo e assessorias