O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um novo pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para adiar seu depoimento para a Polícia Federal (PF), mantendo a data para quinta-feira (22).
Bolsonaro vai depor à PF na investigação que apura tramas golpistas envolvendo membros do governo e militares.Outros investigados da operação, incluindo dois ex-assessores do ex-presidente, também foram intimados a prestar depoimento no mesmo dia.
Em sua decisão, Moraes disse que a defesa já teve "acesso integral à todas as diligências e provas reunidas aos autos" e que "não há motivos para qualquer adiamento do depoimento marcado pela Polícia Federal para o dia 22 de fevereiro próximo".
Na segunda-feira (19), a defesa de Bolsonaro havia pedido adiamento da data, mas Moraes não atendeu ao pedido. O ministro afirmou que a equipe jurídica do ex-presidente já teve acesso integral ao material das investigações.
Os advogados do ex-presidente afirmaram que ele tem "total interesse em cooperar plenamente com a investigação e provar sua inocência". Mas que, neste momento, buscam preservar o direito à ampla defesa.
A defesa do ex-presidente argumentou que a decisão que autorizou a operação sobre o tema há duas semanas "contém excertos de supostas conversas presentes nos celulares apreendidos ao longo de todo este procedimento investigatório, mídias as quais a defesa não teve acesso até hoje".
A investigação
A operação Tempus Veritatis foi deflagrada em dia 8 de fevereiro e teve como alvos, além do ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores dele investigados por tentar dar um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desdobramento de inquéritos que tramitam no STF — o principal deles sendo o das milícias digitais —, a operação trabalha com a hipótese de que os alvos se dividiam em seis núcleos que agiam de forma simultânea e coordenada com objetivo de dar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Lula.
Parte da investigação envolve a realização de uma reunião ministerial em 15 de julho de 2022. Nela, Bolsonaro diz a ministros que eles não poderiam esperar o resultado da eleição para agir. Os advogados do presidente afirmam, no entanto, que ex-presidente nunca pensou em golpe.
Outros depoimentos
Outros investigados também serão ouvidos nesta semana, além de Bolsonaro. Em Brasília, serão estes:
General Augusto Heleno
Anderson Gustavo Torres
Marcelo Costa Câmara
Mário Fernandes
Tércio Arnaldo
Almir Garnier
Valdemar Costa Neto
Paulo Sérgio Nogueira
Cleverson Ney Magalhães
Walter Souza Braga Netto