Por Vanessa Lima
Um acidente de trânsito em que um corpo humano, já sem vida, foi arremessado para fora do veículo, chocou a população goiana nos últimos dias. No entanto, a situação se tornou ainda mais grave e aterrorizante após a revelação de detalhes sobre o crime, que teve como vítima uma jovem de apenas 25 anos, recém-formada em fisioterapia.
Estupro, roubo, estrangulamento, capotamento, fuga, e cadáver com pés e mãos amarrados. O caso que aconteceu na última segunda-feira (2), em Rio Verde, no sudoeste goiano, é investigado pela Polícia Civil de Goiás (PCGO).
Principal suspeito do crime, Jerfeson Erivaldo da Silva Nascimento, de 24 anos, dirigia o carro envolvido no acidente e está preso. Ele confessou o crime e chegou a tentar envolver o ex-namorado da jovem. No entanto, a polícia descarta esta hipótese.
Capotamento em rodovia
O caso foi descoberto após um capotamento na BR-060, km 381, no perímetro urbano da cidade, que fica a 180 km de Goiânia. Um veículo Ford Ka, que seguia no sentido Rio Verde/Goiânia, capotou e, com o impacto do acidente, os vidros foram quebrados. A surpresa é que um corpo humano, que estava no veículo, foi arremessado para fora do carro. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o cadáver, que era levado no porta-malas do veículo, estava envolto em lençóis.
O Instituto Médico Legal (IML), identificou a vítima como a fisioterapeuta Larissa Araújo, 25 anos; ela estava com mãos e pés amarrados.
O motorista do veículo fugiu por uma área de mata próxima ao local, mas foi localizado e preso pela Polícia Militar (PM). Dentro do carro, também foram encontrados um botijão de gás e uma televisão que pertenciam à vítima.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito do caso é do estado do Rio Grande do Norte e cumpria pena recente pelo crime de roubo. Ele estava na cidade de Rio Verde há cerca de um mês e, com o objetivo de cometer um furto, teria pulado o muro da casa da fisioterapeuta Larissa Araújo.
Como a proprietária estava na residência, o homem decidiu estuprá-la. Depois disso, ele matou a fisioterapeuta estrangulada e tentou esconder o corpo para não ser preso. Ainda segundo a Polícia Civil, havia material genético masculino no corpo de Larissa, o que indica a violência sexual. Uma perícia será feita para confirmar o DNA do material encontrado no corpo da jovem.
De acordo com a corporação, a perícia apontou que a morte da jovem ocorreu entre 5h e 6h de segunda (2/10). Imagens de câmeras de segurança mostram uma movimentação na casa da vítima durante a madrugada e, por volta das 6h, Jerfeson sai da residência dirigindo o carro que pertencia à vítima.
Conforme aponta o delegado Caio Martines, que participa da investigação do caso, o suspeito é usuário de drogas e não mantinha qualquer tipo de relacionamento com a vítima.
Ainda não foi possível identificar se Jerfeson chegou à casa da vítima por uma eventualidade ou se ele já monitorava o endereço.
Inicialmente, Jerfeson alegou que recebeu R$ 100 de um ex-namorado da vítima para esconder o corpo da jovem que, segundo o depoente, já estaria morta quando ele chegou ao local. O suspeito apontado pelo condutor do veículo foi conduzido para a delegacia, porém, não foi autuado. De toda maneira, o ex-namorado deve continuar sendo investigado.
De acordo com a PCGO, apesar do argumento usado pelo suspeito, não há indícios de que o crime tenha acontecido a mando de alguém. Por meio de nota, a corporação informou que o caso segue em investigação. “Informa-se que, embora a investigação esteja em andamento, inexistem, até então, indicativos de que o condutor do automóvel tenha ceifado a vida da jovem a mando de alguém, ou que tenha agido apenas com a intenção de ocultar o seu corpo”, comunicou a polícia.
Conforme relata o delegado responsável pela apuração do caso, Adelson Candeo, Jerfeson apresentou inconstância no depoimento, mudando a versão dos fatos ao ser questionado.
Nascida em agosto de 1998, Larissa tinha 25 anos e atuava como fisioterapeuta respiratória. Nas redes sociais, ela compartilhava a rotina no Hospital Municipal Rio Verde.
Moradora de Rio Verde, Larissa formou-se pelo Centro Universitário UniBRAS RioVerde há poucos meses, em fevereiro. A instituição lamentou o ocorrido por meio das redes sociais. “Nós, do Centro Universitário UniBRAS Rio Verde, justamente com o corpo docente e discente do curso de fisioterapia, expressamos nossos profundos sentimentos de pesar e manifestamos condolências aos familiares e amigos”, informou a nota de pesar.
A Liga Acadêmica Maligna, a qual Larissa chegou a presidir, também lamentou a morte da jovem. “É com o mais profundo pesar que lamentamos o falecimento da dr. Larissa Araújo, primeira presidenta da Maligna, companheira, amiga, parceira, uma mulher de legado forte, carismática e que sempre nos dava força”, destacou.
Na madrugada de segunda-feira (2/10), horas antes de ser encontrada morta, a jovem ainda publicou no Instagram uma imagem em que aparece assistindo a um desenho animado.
Diversos amigos e pessoas próximas lamentaram o ocorrido. “Não consigo acreditar. A ficha ainda não caiu. Pedi a Deus que fosse mentira”, escreveu um amigo nas redes sociais.
Via Metrópoles