Uma equipe do Instituto de Criminalística de Alagoas periciou, na noite de sexta-feira (8), a casa onde a garçonete Flávia dos Santos Carneiro, de 43 anos, foi assassinada pela filha e o genro. No local, eles aplicaram um reagente especial, conhecido como luminol, e constataram manchas ocultas de sangue.
O perito criminal Florestone Cunha explicou que a atividade pericial foi uma solicitação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O exame será de extrema importância para definir a dinâmica do crime, dirimir dúvidas do inquérito policial e confrontar o depoimento dos dois envolvidos no feminicídio.
O imóvel em que a vítima morava com a filha, de apenas 13 anos, fica em uma vila no bairro do Jacintinho e possui três quartos, um banheiro, uma sala conjugada com cozinha e uma área de serviço. Quando a equipe do IC chegou ao local do crime, a casa estava vazia e totalmente limpa.
Mas, mesmo em circunstâncias adversas como essa, nesse tipo de exame, é possível encontrar vestígios, porque ele funciona através de uma reação de quimioluminescência. Ou seja, quando a solução química é aplicada no local onde, supostamente, há sangue não visível, o reagente torna a mancha luminescente visível no escuro.
“Quando aplicamos o luminol nos cômodos da casa, instantaneamente as manchas foram aparecendo. Encontramos um ponto de sangue próximo à porta de entrada da casa e em um dos três quartos, mas a maior concentração estava em um canto da sala onde a vítima foi assassinada. Também foi possível traçar um caminho de arrastamento para o interior do banheiro, onde existia outra grande concentração de manchas”, detalhou o perito.
Todas as áreas foram demarcadas e fotografadas pela equipe do IC para produção do laudo pericial, que será anexado no inquérito policial como prova técnica. Também foram coletadas amostras biológicas dessas manchas para exames complementares no Laboratório de Genética Forense.
O perito criminal José Veras, responsável pelo primeiro levantamento no local da desova, informou que já concluiu o laudo e remeteu para a DHPP anexar ao inquérito policial.
O CASO
O crime aconteceu na sexta-feira (1º), no Jacintinho, e foi motivado pelo fato de a vítima não aceitar o relacionamento do casal. O cadáver só foi descoberto na terça (5), amarrado dentro de uma geladeira, em uma região de mata, no bairro Guaxuma, Litoral Norte de Maceió.
A trama que culminou na morte de Flávia foi descoberta depois que um homem que trabalha com serviço de frete foi contratado para levar uma geladeira lacrada com fita adesiva. Ele tinha sido chamado antes para levar os móveis para a nova residência do casal, no Benedito Bentes, e retornou no dia seguinte para pegar a geladeira no Jacintinho.
Esse segundo frete foi feito com o pai do jovem, que depois o orientou a jogar o eletrodoméstico fora. O motorista desconfiou porque a geladeira estava seminova e acionou a polícia. Pai e filho foram presos e a adolescente, apreendida.
Redação com Gazetaweb