Menos de uma semana após ser preso por suspeita de cometer crimes sexuais contra mulheres, o empresário Rodrigo Carvalheira, de 34 anos, foi solto, nesta quarta-feira (17). O suspeito de estupro fará uso de tornozeleira eletrônica.
A afirmação foi repassada, incialmente, por pessoas ligadas à advogada Graciele Queiroz, que atua na defesa do empresário, e confirmada pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização.
Desde a última quinta-feira (11), o empresário estava preso no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, Grande Recife.
"A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização informa que Rodrigo Dib Carvalheira, recolhido no Cotel, em Abreu e Lima, recebeu, nesta quarta-feira (17), alvará de soltura, condicionado a monitoramento eletrônico, e já deixou a unidade prisional", diz nota divulgada pela pasta.
A advogada Graciele Queiroz informou que o pedido de soltura foi acolhido pela Justiça e reformou que "o empresário sempre esteve à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários".
A defesa ainda destacou que recebeu "com naturalidade a decisão da Justiça Pernambucana, que acertadamente restabeleceu a liberdade de Rodrigo Carvalheira".
Segundo Graciele Queiroz, o empresário foi preso por conta de uma conversa que teve com uma amiga chamada Natasha Dolci, que é delegada, e não por conta das denúncias das vítimas. O diálogo com a delegada, que não tem envolvimento com o caso, foi visto como uma forma de atrapalhar as investigações da polícia.
Rodrigo Carvalheira passou por um audiência de custódia na última sexta-feira (12), mas permaneceu preso preventivamente por mais alguns dias. No dia, a advogada do empresário disse que não faria o pedido de soltura.
“A audiência de custódia não é audiência para esse quesito, é uma audiência para verificar se houve alguma ilegalidade, se o Rodrigo fez o corpo de delito, se o Rodrigo está bem, o que está acontecendo. Isso é um direito de todos os presos para que o juiz de fato entenda como foi feita essa prisão", afirmou.
Rodrigo Carvalheira foi indiciado em três inquéritos
Ainda nesta quarta, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informou que a Central de Inquéritos da Capital recebeu os documentos enviados pela Polícia Civil. Na noite de terça (16), a polícia informou que indiciou o empresário por crimes contra mulheres. Os inquéritos foram encerrados na segunda (15), após denúncias de estupros.
Na nota divulgada nesta quarta, o MPPE disse que foram recebidos três inquéritos referentes a Rodrigo Dib Carvalheira. Eles foram distribuídos e encontram-se sob análise de promotores de Justiça que atuam na Central de Inquéritos.
"Os documentos tramitam em segredo de Justiça, em razão da matéria, da natureza dos crimes", disse o MPPE.
O Ministério Público pode aceitar as informações contidas nos inquéritos e denunciar o empresário. Assim, o documento seguiria para o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Entenda o caso
Rodrigo Carvalheira é proprietário de um bar no Bairro do Recife e possui empreendimentos imobiliários. Ele também foi sócio de uma boate que fechou em 2015, na Zona Sul da cidade.
Três mulheres relataram terem sido estupradas por ele nos anos de 2009, 2011 e 2019. De acordo com a advogada, a primeira vítima relata que em 2004, 2006 e 2009 teve um relacionamento com Rodrigo Carvalheira e que teria sido estuprada em uma das festas promovidas pelo empresário. Na época, a vítima tinha 18 anos e teria sido dopada com algum tipo de droga entregue pelo empresário.
Além desta mulher, outras duas denunciaram o empresário pelo mesmo crime. Uma delas alegou que Rodrigo “enfiou um comprimido” na boca dela, comprimido este que seria um ecstasy. A vítima disse não se lembrar de nada e que acordou com o empresário em cima dela e que viu manchas de sangue pela casa.
O outro caso relatado teria acontecido em 2011, quando a vítima em questão tinha entre 16 e 17 anos e teria sido levada por Rodrigo para um motel contra a própria vontade após sair de uma festa.
A ação criminosa foi enquadrada no artigo 217-A do Código Penal, ou seja estupro de vúlnerável.
Por Redação, comGazetaWeb