A polêmica fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparando os ataques de Israel em Gaza ao holocausto chegou ao parlamento alagoano. Na tarde desta terça-feira (20), o deputado estadual Cabo Bebeto (PL) protocolou uma moção de repúdio contra o discurso do petista.
"Foi uma fala infeliz, incorreta, desproporcional e cria uma animosidade com Israel. Então para demonstrar o posicionamento republicano e democrático desta Casa, espero contar com o apoio de todos os deputados", disse Bebeto.
O posicionamento do parlamentar alagoano foi contestado pelo deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT). Ele amenizou a fala mais recente de Lula, lembrando que tanto o seu governo quanto o partido já rechaçaram os ataques do Hamas contra israelenses.
"Os atentados devem ser condenados e punidos veementemente. Mas nem todo palestino é terrorista. Esse que é o problema. Nesse período de 135 dias de guerra, Israel já assassinou 29 mil palestinos e outros oito mil estão desaparecidos sobre escombros. São aproximadamente 38 mil pessoas mortas. Crianças, idosos e mulheres que estão sendo dizimados", reagiu Medeiros.
Ao minimizar a fala de Lula, Medeiros foi enfático em dizer que o presidente não condenou e nem criticou o povo judeu. "Mas sim o governo de Israel", disse Medeiros.
Paulista
Ao final do pronunciamento, Bebeto confirmou sua presença no ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ser realizado em São Paulo. Ele chamou outros alagoanos para se fazerem presentes.
"E ouvirmos o que nosso presidente [Bolsonaro] tem a dizer. E mostrarmos a ele que ele não está só. Mostraremos aos outros que não somos poucos. Estarei lá para acompanhar as pessoas que eu conheço e acredito. Vou para um ato democrático e pacífico, mas preocupado com a arbitrariedade de alguns poderes", completou Bebeto.
O presidente Lula estava na Etiópia no último domingo (18) para participar da cúpula da União Africana. Em entrevista a jornalistas no hotel onde estava hospedado, o petista comparou as mortes dos palestinos na guerra entre Hamas e o governo de Israel ao que aconteceu no regime nazista, na Alemanha, quando milhões de judeus e outros grupos minoritários foram mortos.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou o presidente.
O governo de Israel recebeu a fala negativamente, chegando a declarar o presidente Lula como persona non grata daquele país.