Por Vanessa Lima
O Brasil superou o Peru na estreia do campeonato Sul-Americano masculino de vôlei neste sábado. Vitória por 3 sets a 0, parciais 25/18, 25/18 e 25/11. Felipe Roque saiu do banco para ser o destaque do jogo com sequência de nove pontos de saque. Na história, a seleção jamais perdeu uma edição do campeonato. São 33 vitórias no currículo - a Argentina levou o título em 1964, quando os brasileiros não participaram. O evento faz parte da corrida olímpica e vai até o dia 30 deste mês, no ginásio do Geraldão, no Recife. O sportv2 transmite o Sul-Americano ao vivo.
O próximo confronto do Brasil será contra o Chile neste domingo, às 19h30min. Na sequência, a seleção enfrentará a Colômbia e a Argentina. O clássico contra os "hermanos", que bateram os brasileiros na disputa do bronze olímpico em Tóquio 2020, será no último dia do torneio, quarta-feira, às 20h30min. No Sul-Americano, todas os times se enfrentam. Ao final das quatro rodadas, quem tiver mais pontos na classificação, leva a medalha de ouro do torneio.
O Brasil começou o jogo com Bruninho, Lucão, Lucarelli, Leal, Judson e Alan, além do líbero Maique. Franco atirador, o Peru chegou a pressionar a seleção nos pontos iniciais. Porém, após passagem de Alan no saque, com dois aces, o placar que esteve igualado até o 11 a 11, disparou para o lado verde e amarelo. Leal também soltou o braço no serviço, deixando o Brasil confortável para fechar o primeiro set em 25 a 18.
A segunda parcial foi semelhante, com o Peru fazendo frente ao Brasil apenas nos pontos iniciais. Com a inversão do 5-1 na entrada do levantador Cachopa e do oposto Felipe Roque, os brasileiros chegaram aos 5 pontos de vantagem no 18 a 13. Roque entrou atacando bem e com dois pontos de ace. Ainda no segundo set, Renan Dal Zotto aproveitou para dar rodagem para Adriano, Honorato e o líbero Thales.
O Brasil jogou o terceiro set com equipe 100% diferente daquela que iniciou a partida. Cachopa, Otávio, Adriano, Honorato, Roque, Flávio e o líbero Thales responderam à altura. Com o Peru também modificado com a entrada de Despaigne, a seleção contou com a ótima atuação de Felipe Roque para se manter na frente no placar. O oposto fez impressionantes nove pontos de saque. Vitória tranquila por 25 a 11.
Além da disputa pelo título do torneio em si, há ainda uma competição paralela por pontos no ranking mundial, que pode definir quem vai aos Jogos Olímpicos de Paris. E a briga brasileira é direta com a Argentina.
A explicação é complexa. Serão 12 times em Paris. A França, dona da casa, já está garantida. Mas seis equipes se classificarão diretamente pelo Pré-Olímpico, que começa no dia 30 de setembro. As outras sairão do ranking mundial, com prioridade para os continentes que ainda não tenham conquistado vaga. Ou seja, se Brasil e Argentina não se classificarem no Pré-Olímpico, vão depender do ranking. E brigarão pela vaga prioritária para a América do Sul para não dependerem das vagas que sobrarão.
É uma hipótese pequena, mas que a comissão técnica brasileira vem estando atenta desde a Liga das Nações. Hoje, o Brasil é quarto no ranking, com a Argentina em sétimo, mas o ranking é bastante fluído e apenas quarenta pontos separam os dois times.
- Uma coisa que a gente fala muito aqui: todo jogo vale muito, todo jogo vale uma vaga olímpica. Independente do jogo. Você tem muitas vezes pouco a ganhar e muito a perder. E outras vezes é muito importante você buscar aquele pontinho extra porque o ranking hoje define muita coisa. E com certeza nesse sul-americano o foco é total jogo por jogo. Em especial o último jogo contra Argentina, que é um adversário que sempre tentando manter esse compromisso com a vitória de tentar vencer mais um sul-americano - explicou o técnico Renan Dal Zotto.
Via Globo Esporte