Os pré-candidatos à presidência dos Estados Unidos enfrentarão na próxima terça (5)um dos principais desafios do calendário eleitoral do país: a Superterça, como é chamada a data na qual vários estados votam simultaneamente em postulantes à presidência dos Estados Unidos.
Historicamente, o dia costuma ser decisivo tanto para o Partido Republicano quando para o Democrata, mas, principalmente, para a sigla que está na oposição -- desta vez, os republicanos. Este ano, no entanto, os superlativos da data devem acabar diminuídos diante de um cenário previsível para os dois partidos, na avaliação de especialistas.
A Superterça é a data protagonista nos cerca de seis meses em que dura o período de prévias dos EUA, no qual eleitores dos partidos Republicano e Democrata escolhem quem será o candidato pela sigla.
O "pacotão" de primária num mesmo dia ocorreu pela primeira vez em 25 de maio de 1976, com seis estpados. Aos poucos, o nome "Superterça" se tornou popular entre jornalistas e analistas políticos para se referir à data, que passou então a ser conhecida assim.
Em um único dia, pouco mais de um terço dos delegados - representantes de cada candidato - é definido. Neste ano, 15 estados e um território dos Estados Unidos votarão (veja lista abaixo) na Superterça. Para os republicanos, isso significa a escolha de 874 do total de 2.429 de delegados do partido.
A votação da Superterça já foi decisiva, por exemplo, para o ex-presidente Barack Obama na disputa com Hillary Clinton em 2008 e para Donald Trump na corrida pré-eleitoral em 2016. Os dois acabaram vencendo as eleições nesses anos. Foi acirrada também em 2012, entre os republicanos, e em 2020, para os democratas.
Neste ano, no entanto, as candidaturas dos dois lados já estão praticamente definidas. Apesar das polêmicas como a questão da idade e da memória, pelo lado de Joe Biden, e dos processos judiciais que o republicano Donald Trump enfrenta na Justiça, ambos despontam como favoritos absolutos em seus partidos. Trump foi presidente dos EUA entre 2017 e 2020.
Por isso, a Superterça deste ano será a menos importante das duas últimas décadas, na avaliação do analista político Sam Logan, fundador da consultoria de Washington Southern Pulse.
"Em anos como o de 2016, quando o Trump entrou em definitivo na disputa, o grau de relevância da Superterça foi muito maior que o desta vez", disse Logan.
"Mas as primárias no geral têm perdido importância, com exceção desses episódios específicos".
Do lado democrata, Biden enfrenta outros dois candidatos, mas desponta como o grande favorito.
Já do lado republicano, Donald Trump enfrenta apenas uma rival, a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, e, até agora, está vencendo por ampla maioria de delegados. Ele ganhou de Haley em todas as primárias republicanas até aqui: Nevada, Ilhas Virgens, Michigan (onde há duas primárias), Idaho, Missouri, Iowa, New Hampshire e Carolina do Sul, este último berço político da rival.
Os quatro processos aos que o ex-presidente responde na Justiça dos EUA não parecem ter afetado, até agora, sua campanha, segundo mostram pesquisas feitas com eleitores republicanos.
Esse cenário, no entanto, pode mudar na Superterça: o julgamento do processo principal, no qual Trump é acusado de conspirar para mudar o resultado das eleições de 2020, começará nesta segunda-feira (4), na véspera da votação simultânea.
Redação com G1