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Conheça um pouco da história de Rás Gonguila, o imperador do carnaval de Maceió homenageado pela Beija-Flor em 2024

Por Redação
fevereiro 12, 2024

A Beija-Flor de Nilópolis desfilou na noite deste domingo (11) na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro com o enredo "Um delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila". A escola contou a história do folião alagoano que se dizia descendente direto do último imperador da Etiópia.

Benedito dos Santos era engraxate no centro de Maceió, mas se tornou Rás Gonguila, o "herdeiro" do trono imperial de um país da África e também o fundador do maior bloco de carnaval de Maceió na época. As façanhas de Rás são contadas pelo amigo e historiador Carlito Lima.

"Quando ele era criança, ele errava o ponto do pião. O pião quando a roda e cai, dizem que ele gongou. Gongou, ficou gonguila e ele passou a vida toda como Gonguila. Ele se dizia que era Rás, que quer dizer príncipe etíope, príncipe na Etiópia, disse Carlito.

Era engraxando sapatos em uma cadeira confortável que lembrava o trono de reis e rainhas que o elegante Rás, em seu terno branco, conseguia o dinheiro para organizar o maior bloco de Maceió, o Cavaleiro dos Montes.

"Ele era um negro alto, forte, bonitão. Só andava de paletó branco. Mesmo sendo engraxate, ele tinha uma cadeira confortável ali na Rua do Comércio [no centro de Maceió]. Depois de engraxar, ele pedia sempre o dinheirinho para o livro de ouro. Esse livro de ouro era sagrado para ele. Aquele dinheiro que ele arrecadava com o livro de ouro era para em setembro, outubro, começar a organizar o bloco Cavaleiro dos Montes, que era o maior bloco de frevo que tinha aqui em Maceió", disse o historiador.

Benedito dos Santos nasceu em Maceió em 1905 em uma rua entre as Igrejas de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e de São Benedito, no Centro.

Os pais sofreram os horrores da escravidão. Já libertos e analfabetos, sobreviviam vendendo frutas nas ruas da velha cidade ou limpando os casarões dos barões do açúcar.

A vida terrena do imperador do carnaval de Maceió acabou em 1968 por um ataque cardíaco. Ele deixou cinco filhos e o legado para a cultura popular de Alagoas.

Anos depois de sua morte, Rás Gonguila vira tema de enredo do carnaval carioca, o que encheu de orgulho a família.

Família de Rás Gonguila na Marquês de Sapucaí

 

Três parentes de Rás Gonguila desfilam na Marquês de Sapucaí neste domingo: os filhos Benedito dos Santos e Osvaldo dos Santos e a sobrinha-neta Silviany Domingues.

"Eu já comecei sentir desde o treino técnico. Foi quando eu vi, quando a gente estava no Rio, que já existia uma euforia porque o samba-enredo que foi tirado do nome do nosso pai já estava circulando em primeiro lugar", disse Osvaldo.

Os feitos de Rás são celebrados em toda família. O filho Benedito, que herdou o nome do pai, diz que viu o legado do imperador do carnaval de Maceió se perpetuar no tempo.

"Lembrança muito pouco, porque a pessoa com seis anos não tem como lembrar. Tenho lembranças através de conversas dos meus irmãos mais velhos. Espero que sejamos campeões mais uma vez. O meu pai sempre foi um vencedor, campeão, e representa bem a cultura alagoana", disse.

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