Por Vanessa Lima
Nesta quinta-feira (16), no Fórum Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió, o júri popular do ex-soldado da Polícia Militar de Alagoas Josevildo Valentim dos Santos Júnior, acusado de estuprar e matar Maria Aparecida Pereira e por tentativa de homicídio contra o namorado dela, Agnísio dos Santos Souto. O crime ocorreu no dia 13 de julho de 2019.
O primeiro julgamento estava marcado para o dia 13 de julho de 2023, porém, o júri popular foi suspenso devido ao abandono processual do advogado de defesa de Josevildo Valentim.
Segundo o promotor Antônio Vilas Boas, o Ministério Público irá sustentar a acusação de feminicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e estupro, com três qualificadoras: motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima, e pela qualidade de uma das vítimas ser do sexo feminino. A pena do acusado pode ultrapassar os 40 anos de prisão.
“Como tem atuado em inúmeros julgamentos, o MP tentará convencer os jurados que o crime foi grave e que merece uma reprimenda do Estado, ou melhor, uma reprimenda da sociedade, porque, hoje, os sete jurados serão os julgadores”, disse.
No dia do crime, as vítimas estavam conversando à porta da casa de Aparecida, na Ponta Grossa, quando, de repente, o policial passou de carro e parou, mostrando um revólver calibre 38 para as duas. Em seguida, ele teria ordenado que os dois entrassem no carro. Agnísio foi colocado na mala e Aparecida foi no banco do passageiro.
O policial seguiu com as vítimas no interior do veículo até o local, onde ele a estuprou Aparecida sob a mira de uma arma. Agnísio foi mantido na mala do automóvel.
Após o estupro, o policial tirou Agnísio da mala do carro e teria mandado que a mulher praticasse sexo oral nele. Nesse momento, de acordo com o inquérito, o PM atirou contra Aparecida, que caiu e morreu no local.
Logo em sequência, o PM teria atirado também contra o homem, que caiu e fingiu estar morto. Consta na denúncia que, na manhã do dia seguinte, por volta das 7h10, o policial voltou à cena do crime para atestar o óbito das vítimas, quando se deparou com uma ambulância e foi embora.
A polícia chegou ao acusado a partir de uma informação recebida via Disque-denúncia (181). Ele foi reconhecido pela vítima sobrevivente. Em cumprimento de mandado de busca e apreensão e de prisão preventiva, a Polícia Civil encontrou e apreendeu, na residência do militar, o par de sandálias utilizadas por Aparecida, além de estojos de munições deflagradas no assassinato.
Em depoimento à polícia, o militar confessou os crimes. A esposa do acusado informou, também em depoimento, que ele já havia contado todo o crime para ela.
Via GazetaWeb