A queda de braço entre os grupos liderados pelo MDB, presidido em Alagoas pelo senador Renan Calheiros, bem como pelo presidente estadual do Partido Liberal (PL), e prefeito de Maceió, JHC, está mais forte do que nunca. E, mais um capítulo ocorreu na última quarta-feira (19), com nove filiações ao PL coordenadas pelo gestor da capital, em vereadores que estão no exercício do mandato na Câmara.
Com a janela partidária em vigor, período em que os vereadores podem mudar de legendas sem o risco de sofrer ações na justiça eleitoral, a base aliada de JHC cresceu exponencialmente no Legislativo. Estão filiados ao PL Chico Filho, líder do prefeito, que estava no MDB; Luciano Marinho e Brivaldo Marques também deixaram o MDB e estão no PL. O presidente da Câmara de Maceió, Galba Netto, também estava cotado para se filiar ao PL durante o ato de ontem, mas não houve esta confirmação da legenda ou do próprio parlamentar. Comenta-se nos bastidores que Galba é um dos nomes para ser o vice na chapa do prefeito. A Tribuna não conseguiu contato com o presidente da Casa.
Quem também está nos quadros do PL são os vereadores Eduardo Canuto, que estava há muito tempo no Partido Verde (PV) e Cal Moreira, ex-PV. À Tribuna Independente, no mês passado, o deputado estadual Silvio Camelo já havia confirmado que a legenda não daria espaço aos vereadores para concorrer à reeleição por conta dos apoios ao prefeito de Maceió. O PV integra a Federação com o PT e PCdoB.
Gabi Ronalsa é a única com mandato no PV que não foi para o PL, mas já declarou que não vai ser candidata esse ano. A família Ronalsa vai lançar o primo para ser candidato a vereador. Na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), o deputado Dudu Ronalsa é do MDB e oposição a JHC.
Apesar de estar na base aliada de JHC, o Podemos, de Rodrigo Cunha também perdeu um mandato para o PL, já que o vereador Marcelo Palmeira migrou para a legenda de JHC. O Podemos está sem vereador na Câmara, pois Kelmann Vieira deixou a legenda para se filiar ao MDB.
Saindo do PSB, Fábio Rogério, Rodolfo Barros também se somaram ao Partido Liberal.
BANCADA
Agora, o PL se torna o maior partido da Câmara, com 10 nomes, até o momento. Além de todos que chegam, somam-se Siderlane Mendonça e Leonardo Dias, que já estavam no partido desde a eleição.
O MDB perde força, mas segue com uma bancada relevante de seis nomes. Silvânia Barbosa, Olívia Tenório, José Márcio Filho, Fernando Holanda e os recém-chegados da janela partidária, Kelmann Vieira e Joãozinho.
CONFIGURAÇÃO
A janela ainda não fechou, o prazo segue até o início de abril e pode ainda trazer mudanças. Mas o favoritismo de JHC na majoritária já deu o tom da campanha e muitos estão apostando em ficar do lado em vantagem para tentar permanecer na casa. Na prática, ao longo do mandato foram poucos os que se colocam como oposição, mesmo recebendo pressão de seus partidos de origem.
Há apostas também de nomes que chegam no PL agora, e mesmo não tendo mandato vem com história ou estrutura. É o caso de Cleber Costa, que já foi vereador eleito na legislatura anterior, e nesse mandato chegou a assumir na casa como suplente e hoje atua como secretário no município de Maceió. Caio Bebeto, filho do deputado Cabo Bebeto (PL), também deve compor a chapa e pode trazer competitividade. Além do mandato do pai e ele hoje atua como secretário no município de Maceió, resta saber se converterá isso em força eleitoral.
Ib Brêda, que também já atuou como secretário em Maceió, estará na chapa. Dudu Holanda, ex-vereador que não conseguiu se eleger no último pleito porque havia sido condenado pela justiça e estava cumprindo pena, sai do PV e disputa uma vaga na bancada do PL.