Por Vanessa Lima - via g1 Alagoas
O júri popular do policial militar Josevildo Valentim dos Santos Junior, acusado de estuprar e matar jovem e de tentar matar o namorado dela, no bairro do Pontal, em Maceió, em 2019, foi cancelado nesta quinta-feira (13) após a defesa do PM abandonar o plenário.
Segundo o Tribunal de Justiça de Alagoas, ainda não há data definida para um novo julgamento. Josevildo tem cinco dias para constituir nova defesa.
Antes de abandonar o processo, o advogado do PM, Luiz Estevão Perez, chegou a sustentar que o seu cliente sofria de transtorno psiquiátrico, apresentando quadros de psicose e que, portanto, era considerado "inimputável".
Valentim é uma pessoa doente e não era pra estar na corporação. Ele entrou na Polícia sem passar pelo crivo de psiquiatras. Ele entrou, popularmente dizendo, pela janela. A junta médica liberou ele e um mês depois ele foi cometer uma insanidade. Ele é insano", disse o advogado durante o julgamento.
Aparecida Rodrigues e o seu namorado, Agnísio dos Santos, foram sequestrados na porta da casa dela, no bairro da Ponta Grossa. Segundo Santos, ele foi baleado e só sobreviveu porque se fingiu de morto após receber quatro tiros.
Aparecida Rodrigues, morta pelo PM
Durante depoimento, o Agnísio relatou que ouviu, do porta-malas, a namorada ser estuprada dentro do carro.
"Quando o carro parou, eu sentia o balanço do carro e a Aparecida gemendo de dor, pedindo para ele parar. Depois ele abriu a mala e mandou eu sair e não tentar nada. Ele mandou eu ir para frente do carro e lá eu vi a Aparecida ajoelhada nua e chorando bastante".
O policial militar foi preso dias depois e confessou o crime. Ele não tinha vínculo com as vítimas e disse que cometeu os crimes por estar sob efeito de drogas. O Ministério Público pede a condenação do PM por homicídio qualificado por motivo torpe, meio que dificultou a defesa, intenção de ocultar o estupro e feminicídio.