As obras do Instituto Médico Legal (IML) de Palmeira dos Índios estão paralisadas há 17 anos. O município cedeu o terreno, localizado às margens da BR-316, para que o Governo do Estado construísse o prédio que atenderia os óbitos provocados por homicídio ou acidentes nas regiões Agreste e Sertão. As paredes da construção estão em ruínas e o mato invadiu o local.
Com apenas dois Institutos para atender os 102 municípios alagoanos, às vezes, a demora em recolher os corpos ultrapassa horas e aumenta ainda mais a angústia das famílias das vítimas. A burocracia na liberação dos corpos para o sepultamento também é outro agravante. No último dia 14, antes das 13h, dois homens morreram em um grave acidente na ladeira da Serra do Goiti,em Palmeira. Antônio Soares da Silva, 44 anos, e Ailton Gomes do Nascimento, 58, foram atropelados por uma caminhonete D-20 com falhas nos freios. Quando a viatura do IML chegou ao local para recolher os corpos já era noite.
Eles foram levados para o IML de Arapiraca e liberados só na tarde do dia seguinte. "Passamos por momentos difíceis. Lá, eles disseram que quando chegam vítimas de acidente, após as 18h, o exame só é feito no outro dia. Isso nos deixou angustiados. Além da demora para pegar os corpos, que ficaram horas lá no chão, ainda teve a demora para liberá-los. Se em Palmeira tivesse um IML não passaríamos por isso", afirmou o parente de uma das vítimas que não quis ser identificado.
O prefeito Júlio Cezar disse que vai pedir ao governador Paulo Dantas para que as obras sejam retomadas. "Vou assumir este compromisso devido à necessidade que esta região possui em ter um IML próprio", destacou o prefeito em entrevista à Rádio Nova FM, pertencente ao grupo do portal Agreste Agora.
A equipe de reportagem do Agreste Agora entrou em contato com a assessoria do Governo de Alagoas mas, até o momento, nenhuma resposta foi dada se há interesse da atual gestão no retorno desta obra.