Por Vanessa Lima
Wemberson Carvalho da Silva, de 47 anos, suspeitos de estuprar uma jovem, de 22, em um campo de futebol, no bairro Santo André, na Região Noroeste de Belo Horizonte, foi indiciado pela Polícia Civil por estupro de vulnerável.
As delegadas Carolina Bechelany e Danúbia Quadros também informaram nesta quarta-feira (9) que o motorista de aplicativo que deixou a vítima desacordada na calçada, em frente ao prédio onde ela mora, foi indiciado por abandono de incapaz.
"O estupro de vulnerável foi comprovado, inclusive por laudo pericial. Ficou muito evidente, com tudo que foi apurado, que ele abandonou essa jovem, que estava desacordada, na porta de casa. Então, é um crime que se enquadra, uma conduta que se enquadrou perfeitamente no crime de abandono de incapaz", disse Danúbia.
Ela explicou ainda que as outras pessoas ligadas ao caso não foram indiciadas porque não houve uma conduta típica que pudesse ser "enquadrada penalmente".
Indiciamento
O inquérito foi concluído e enviado à Justiça, nesta terça-feira (8). De acordo com a polícia, a investigação iniciou-se em 30 de julho, dia em que a vítima de 22 anos foi estuprada após sair do show do cantor Thiaguinho, no Estádio do Mineirão.
Wemberson Carvalho da Silva foi preso em flagrante e está no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, desde o dia 31. Durante o depoimento à Polícia Civil, ele preferiu ficar em silêncio.
Em depoimento à polícia, o motorista de aplicativo disse que pediu ao amigo da jovem, que solicitou o carro, que a acompanhasse até em casa.
"O amigo afirmou que o irmão dessa jovem estava na porta da casa deles, a aguardando. Inclusive a corrida foi compartilhada, a localização foi compartilhada com o irmão", disse a delegada.
O motorista também disse à polícia que deixou a jovem na porta da casa dela e retornou após alguns minutos, quando a jovem já não estava lá. As imagens deste momento foram divulgadas pelo Fantástico.
"Ele imaginou que algum familiar ou o próprio irmão teria buscado a jovem e subido para casa com ela", completou a delegada.
A delegada ainda descartou a responsabilidade criminal do amigo, que chamou o carro de aplicativo para a vítima, e do motociclista que ajudou o motorista a retirá-la do carro.
"Estamos apurando a conduta do motorista e também investigando a prática prevista no artigo 217, de estupro de vulnerável", completou a delegada.
O motorista de aplicativo que deixou a vítima desacordada na rua pode responder por abandono de incapaz. A pena pode ir de um a doze anos de prisão, agravada em caso de "abandono em lugar ermo".
A Polícia Civil confirmou que o cartão da vítima foi utilizado horas após o crime, conforme denunciado pela família.
A tentativa de efetuar mais uma corrida foi feita pelo amigo da vítima, já que ela havia cadastrado o cartão dela no aplicativo de corridas para pedir um carro para ela.
"[A vítima] esclareceu que o telefone estava descarregado e que foi tentativa de efetuar mais uma corrida pro amigo, que foi negado posteriormente", esclareceu a delegada.
Via g1