Ponto para o Santos e para Fábio Carille no primeiro tempo da final do Campeonato Paulista. O time grande que está na Série B teve uma atuação nota A em termos de estratégia e venceu justamente por 1 a 0.
O Santos pode empatar no próximo domingo, na casa palmeirense, que será campeão paulista. Para conseguir o tricampeonato estadual, o Palmeiras precisa vencer por uma vantagem de dois gols.
Alguns fatores foram determinantes para a vitória santista.
O primeiro deles: vontade. Sobrou determinação para todos os jogadores santistas, enquanto alguns pilares do jogo palmeirense ficaram devendo em entrega. Principalmente Raphael Veiga, o pensador do time, e o lateral adaptado como zagueiro Marcos Rocha. Ambos estiveram dispersos. Veiga aceitou a marcação e errou tudo que tentou. Rocha, responsável pelo início das principais jogadas do Palmeiras, jogou muito mal.
O melhor do jogo foi o atacante santista Guilherme. Aberto pelo lado esquerdo, aproveitou o jogo ruim de Rocha e levou pânico à defesa alviverde, inclusive no lance do gol santista, que começa pelo lado direito da defesa verde. Do outro lado surgiu Otero, 1,65m de altura, aproveitando o vacilo do uruguaio Piquerez, 20 centímetros mais alto, para marcar de cabeça.
Além de Guilherme, brilharam no Santos o zagueiro Gil, com atuação impecável, e o volante Pituca, soberano na condução do ritmo da partida. Giuliano, que no Santos tem a função de Veiga no Palmeiras, teve atuação discreta. Joaquim, companheiro de Gil na zaga, também fez jogo seguro.
Os goleiros das duas equipes fizeram intervenções importantes, que impediram que o Santos ampliasse a vantagem, e que o Palmeiras empatasse.
No duelo dos treinadores, vantagem clara para Fábio Carille.
Com um elenco inferior, igualou no posicionamento, venceu na estratégia de atacar o Palmeiras onde o adversário costuma construir suas vitórias e tirou mais vontade de seus jogadores. Seu pecado foi ter recuado demais a equipe na segunda etapa e ter demorado para perceber a mudança de proposta do Palmeiras sem Endrick e Flaco López.
Abel Ferreira demorou a ler o que o Santos fazia e insistiu com Rocha e Mayke pelo lado direito. O treinador português insistiu com Veiga, mas conseguiu arrumar a equipe na parte final do jogo. Poderia ter empatado, não fosse a péssima pontaria de Rony e as boas intervenções de João Paulo.
Se a vantagem do Santos é suficiente ou insuficiente, o tempo e a semana dirão. Enquanto os santistas terão a semana livre para trabalhar, o Palmeiras jogará fora de casa em sua estreia na Libertadores, contra o San Lorenzo (ARG).
O que fará Abel Ferreira? Repetirá a estratégia de jogar com reservas na Libertadores, adotada com sucesso na temporada passada? O adversário na final estadual era o Água Santa, muito inferior ao Santos atual.
Carille, um especialista em defesa, jogará administrando a vantagem construída na Vila?
Qual o peso que o fim da invencibilidade de 20 jogos do Palmeiras terá em seu treinador e em seu elenco?
O Palmeiras segue favorito, mas, desde o início da temporada, o Santos evoluiu mais e mais rápido que o rival, mesmo com menos recursos. O campeão brasileiro está devendo um grande jogo no nível do único que fez nesta temporada, contra a Ponte Preta. Precisará disso para superar um adversário que sai fortalecido e tirou a vantagem teórica do rival mais poderoso com base em entrega e estratégia bem executada.
Redação com CNN Brasil